---------------------

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Especialista em segurança se diz espantado com violência na Paraíba


Especialista em segurança se diz espantado com violência na Paraíba
Diante do cenário de horror que se instalou em João Pessoa com o número de assassinatos praticados em nome do "acerto de contas" entre traficantes e devedores e o requinte de crueldade utilizado para tal, o ClickPB procurou o ex-comandante da Polícia Militar da Paraíba e especialista em segurança, Coronel Kelson, para fazer uma análise sobre os três casos de esquartejamento que aconteceram em menos de uma semana no bairro Funcionários, na Capital.

Coronel Kelson falou sobre a desvalorização do ser humano, segundo ele, a vida não está valendo nada nas mãos dos bandidos, "por isso, o nível de crueldade tem aumentado nos últimos tempos". Sobre os assassinatos e os casos que tem sido manchete em todos os meios de comunicação da região metropolitana de João Pessoa, ele analisou que o modo como aconteceram os crimes e a forma como os corpos foram encontrados faz parecer que foram praticados pelas mesmas pessoas.
"Os crimes estão correlacionados, a forma e o local onde os corpos foram deixados só me leva  acreditar nessa ligação. Hoje eu vi a entrevista da delegada responsável pela apuração da morte do homem que foi encontrado na semana passada, e ela dizia que a investigação está bastante adiantada, ela afirmou que o inquérito está perto do final", relatou o especialista em segurança.
Coronel Kelson disse que os crimes são típicos de acerto de contas de tráfico de drogas, "a ira com que os crimes foram cometidos é típico, não estou acompanhando a investigação, mas a forma dos crimes denota muita ira. Quem pratica o tráfico tem a capacidade de cometer crimes fora do que pode ser considerado normal, diante da realidade de violência que vivemos. " analisou. Ele enfatizou que "apesar de ter mais de trinta anos de profissão, fazia muito tempo que eu não via um crime com tamanha crueldade, são imagens comoventes pela crueldade usada na execução das vítimas, não se pratica um ato desses com animais".
Sobre a forma como a imprensa transmite casos de violência, Coronel Kelson disse que os casos tem que ser veiculados, mas não de forma que transforme um bandido em uma celebridade. "A imprensa não pode se esquivar de prestar a informação, mas, de certa forma, alguns repórteres acabam valorizando demais o fato criminoso e para o âmago do bandido é muito bom. Dependendo da forma como o crime é passado, o autor do crime, embora anônimo, passa a ser considerado o dono do pedaço, e isso o incentiva a cometer novos crimes para continuar aparecendo. Não se pode transforma bandidos em heróis, mostrando eles na TV. Muitas vezes a imprensa cria o terror e o bandido fica se achando o máximo", finalizou o especialista em segurança Coronel Kelson.

Sem comentários:

Enviar um comentário