---------------------

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Bebê é medicado com cloro em vez de xarope



Campina Grande – Um bebê de dois meses de idade foi internado no Hospital de Trauma de Campina Grande, anteontem, vítima de intoxicação por cloro, após ingerir duas doses da substância, dada pela mãe. Os pais da criança acusam a técnica de enfermagem do posto médico de saúde do município de Alagoa Nova, no Brejo paraibano, onde o fato aconteceu, de ter trocado um vidro de xarope, que tinha sido prescrito pelo médico, por um frasco de amoxicilina que continha cloro.
A coordenação de atenção básica do município nega as acusações e responsabiliza os pais pelo erro. A criança foi atendida pela equipe de pediatria do Trauma e não corre risco de morte. A delegada do município abriu um inquérito para investigar o caso.
De acordo o pai da menina, Sebastião Batista dos Santos, 34, ela foi levada para o hospital de Alagoa Nova na noite da última quarta-feira, após apresentar sintomas de febre, tosse e inflamação na garganta e que o médico Marcilio Vieira, que fez o atendimento, prescreveu um xarope a base de cloridrato de ambroxol. No entanto, ele só voltou ao posto médico para receber o medicamento na manhã da quinta-feira. “Eu só buscar o medicamento no outro dia, ai quando cheguei lá à técnica de enfermagem Priscila me entregou o frasco de amoxicilina lacrado e me deu as orientações de como da a menina quando chegasse em casa. Ai eu fiz tudo como me foi orientado e depois de duas doses, a menina passou mal e quase morre”, contou Sebastião.
Segundo a mãe, Erica Rodrigues de Sousa, 24, disse que não desconfiou que o medicamento não fosse o xarope e deu uma dose as 8h da manha e outra as 12h. “Ai depois da segunda dose a menina começou a espumar pela boca, também começou a ficar roxa e eu fiquei desesperada e procurei o hospital aqui mesmo de Alagoa Nova, mas a médica disse que a criança estava muito mal e que teria que ser encaminhada para Campina Grande. Em Campina, a pediatra confirmou que ela tinha sido intoxicada com cloro e para que a menina não morresse, ela deu um copo de clara de ovo”, explicou a mãe.
Técnica de enfermagem se defende
Contrariando as acusações, a técnica de enfermagem disse que o medicamento que foi entregue ao pai da bebê foi o xarope que estava prescrito na receita encaminhada pelo médico. Ela disse que acredita que o erro tenha sido cometido na casa dos pais e que eles estão querendo se livrar da culpa. Ela disse que o pai da menina estava embriagado no dia em que foi receber o medicamento. “Eu tenho certeza de que o que entregamos foi o cloridrato de ambroxol, até mesmo porque o médico não receitou amoxicilina e ainda por cima, não temos cloro aqui na farmácia. Ainda por cima, se tivéssemos entregue amoxicilina teria que ser em pó, porque em lugar algum esse medicamento é entregue de forma líquida. Quando entregamos amoxicilina é em pó para que o paciente dilua em casa em água. Por isso, eles quem cometeram o erro”, defendeu-se a técnica.
O coordenador de atenção básica da saúde de Alagoa Nova, Afonso ventura afirmou que o frasco do medicamento que os pais apresentaram não foi retirado da farmácia do posto de saúde e que era usado. “O frasco era velho e usado. Os pais devem ter ele em casa para uso e devem ter colocado o cloro no vidro e deu à criança. Temos certeza de que o erro não foi nosso e por isso a funcionaria não será afastada”, destacou.
A delegada da cidade, Patrícia Pinheiro contou que por enquanto ainda não é possível apontar acusados, mas que o inquérito foi instaurado para investigar a denúncia. Ela disse que irá solicitar uma perícia nos medicamentos e também na criança. “Ainda não podemos dizer de quem foi à culpa. Vamos acompanhar a situação, fazer as perícias e ouvir os envolvidos e esperamos definir a situação dentro do prazo de 30 dias”, frisou.

Sem comentários:

Enviar um comentário