Laranjas e outras frutas cítricas podem ajudar as mulheres a reduzir o risco de acidente vascular cerebral (AVC), sugere um novo estudo.
Os pesquisadores já sabiam que uma dieta rica destes alimentos estava associada a um menor número de problemas cerebrais, mas não tinham certeza sobre os motivos.
Nesta nova pesquisa, os cientistas estudaram os componentes dos cítricos e acharam o grande responsável pelos benefícios: os flavanones, um tipo de flavanóide, substância presente nos alimentos que contribui para imunidade e previne o envelhecimento das células.
O autor do estudo, Aedin Cassidy, diretor do Departamento de Nutrição da UEA (Universidade da Inglaterra), disse que esses achados dão suporte para que as pessoas aumentem o consumo diário de frutas e hortaliças para diminuir a chance de isquemia (condição em que um coágulo no sangue obstrui um ou mais vasos sanguíneos). Isso porque, os flavanones dos cítricos melhoram a pressão sanguínea e reduzem a infamação do organismo, fatores associados ao AVC.
Para conseguir o máximo de benefícios, é preciso que as frutas sejam consumidas na forma de suco sem adicionar açúcar, já que este preparo aumenta a concentração de flavanones, afirmou Cassidy.
Mulheres
Para chegar aos resultados, os pesquisadores acompanharam por 14 anos cerca de 70 mil mulheres. Neste período, a cada 4 anos, elas reportavam como estava o seu padrão alimentar, com relação às frutas e verduras. Nesse período foram registrados 1.803 AVCs.
Foi detectado que o consumo puro de flavanóides não reduziu o risco de AVC mas o de flavanones, sim. Mulheres que consumiram mais esta substância apresentaram um risco 19% mais baixo de ter coágulo sanguíneo e 10% menos de acidente vascular cerebral.
Segundo o estudo, 95% dos flavanones foram consumidos por meio de frutas e sucos, principalmente a laranja e toranja.
A vitamina C, anteriormente apontada como a principal responsável pelo efeito protetor no coração e no cérebro, não foi associada ao menor risco de AVC.
Para conseguir a proteção, foi necessário consumir 470 miligramas por dia de flavanóides (matabolizados em flavanones). De acordo com o autor do estudo, cada fruta cítrica tem cerca de 50 miligramas da substância – fazendo as contas seriam necessárias cerca de sete frutas para ter o efeito benéfico.
Próximos passos
Outra observação dos pesquisadores é que as mulheres que consumiam maior quantidade de flavanones também fumavam menos, faziam mais exercícios e também tinham uma dieta mais rica em fibras e pobre em cafeína e álcool.
Apesar do foco do estudo ter sido o público feminino, Cassidy aposta que os benefícios também podem ser estendidos aos homens, mas que novas pesquisas devem ser feitas com esta parcela da população. Outro ponto que também precisa ser melhor estudado é a relação de causa e efeito entre os flavanones e a proteção do AVC.
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