---------------------

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Paraibano está entre os três mais cotados para liderança do PMDB no senado


Em matéria do jornal Valor econômico, o paraibano Vital do Rego (PMDB), é apontado como um dos três nomes para a liderança de sua legenda no senado.
Leia:
Autor(es): Por Raquel Ulhôa | De Brasília
Valor Econômico – 21/11/2012
Apesar das pressões para lançar logo sua candidatura à presidência do Senado, o líder da bancada do PMDB, Renan Calheiros (AL), pretende adiar ao máximo a oficialização do seu nome. A eleição será nos primeiros dias de fevereiro de 2013, quando o Congresso volta ao trabalho após o recesso. Um grupo de pemedebistas quer que Renan assuma a postulação em novembro ou, no limite, no início de dezembro, antes da folga. A ideia é testar como será a repercussão na imprensa e, em caso de problema, ter tempo de trabalhar uma alternativa. Os mais próximos ao líder consideram uma armadilha.

Por enquanto, a intenção dele é protelar, se possível, até o recesso. A cautela é recomendada por aliados, que querem reduzir o tempo do desgaste ao qual Renan será submetido com a provável exploração de denúncias e processos abertos contra ele no conselho de ética. Acusado, entre outras coisas, de pagar despesas pessoais com dinheiro de empresa, foi absolvido no plenário. Mas teve de renunciar à presidência do Senado. O receio de surgirem de fatos novos existe, mas é minimizado no partido.
O próprio Renan, questionado se estaria disposto a virar vitrine de novo, garantiu à cúpula da sigla estar tranquilo.
O grupo suprapartidário (que conta, em tese, com 13 senadores, entre eles seis do PMDB) que discute a conveniência ou não da candidatura Renan – especialmente no momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) sinaliza mais rigor com o comportamento dos agentes públicos – não tem votos para derrotá-lo, mas tenta articular uma opção. A conta mais otimista dá ao grupo 32 votos dos 81 senadores, se houvesse disputa. A hipótese, no entanto, é afastada pela maioria dos partidos, que não quer colocar em risco a regra da proporcionalidade e a negociação dos demais cargos.
Até os dissidentes estão divididos. Para alguns, só vale a pena lançar candidato contra Renan se houver chance de ganhar. Para outros, basta marcar posição.
Enquanto Renan se resguarda do risco de tiroteio da opinião pública, é o candidato natural e o mais forte à sucessão de José Sarney (PMDB-AP). E seu cargo de líder da bancada é o principal alvo de disputa entre pemedebistas.
Os nomes mais cotados são os de Romero Jucá (RR), ex-líder do governo e mais próximo de Renan, Eunício Oliveira (CE), presidente da poderosa Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ex-líder da bancada na Câmara, e Vital do Rêgo (PB), novato na Casa como Eunício, mas já tendo ocupado funções importantes, como as de presidente da Comissão Mista de Orçamento e da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do caso Cachoeira e relator do projeto dos royalties do petróleo e da lei geral da Copa.
Eunício e Vital se apresentam como independentes, mas são próximos a Sarney e Renan e têm sido prestigiados no grupo, do qual são integrantes novatos.
Para a cúpula do partido, não basta ter as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal no próximo biênio, quando serão feitas as articulações para a sucessão da presidente Dilma Rousseff – e, espera-se, do vice Michel Temer, presidente nacional licenciado do PMDB. Também seria importante ter pessoas experientes no comando das bancadas. Governistas, com força para mobilizar a tropa, mas também com capacidade de se impor ao Palácio do Planalto se houver necessidade.
Um dos cenários considerados ideais por dirigentes do PMDB, para acomodar os principais postulantes, seria Renan na presidência do Senado, Jucá na liderança da bancada, Eunício num cargo da Mesa Diretora e Vital na presidência da CCJ. Jucá tem a seu favor a proximidade com o grupo de Sarney, a experiência como ex-líder do governo, a facilidade de comandar negociações e votações no plenário e o bom trânsito com os demais partidos. Para a ala dita independente da bancada, no entanto, esse desenho manteria o controle do partido nas mãos do mesmo grupo que o comanda há 20 anos. O problema é reunir votos para quebrar essa lógica.
A direção partidária quer, primeiro, garantir as eleições de Renan na presidência do Senado e de Henrique Eduardo Alves (RN) na da Câmara. Depois, viriam os outros cargos. E um dos mais importantes é a presidência do partido. Enquanto Temer está de licença para ocupar a Vice-Presidência, a direção está com o senador Valdir Raupp (RO).
No geral, líderes e presidentes partidários pretendem respeitar a indicação que o PMDB fizer para presidir a Casa. Trata-se de uma tradição manter, na medida do possível, a proporcionalidade na ocupação dos cargos. Com 20 senadores exercendo o mandato, o PMDB tem a maior bancada, seguida pelo PT, com 12. Os petistas garantem apoiar qualquer nome escolhido pelo PMDB e que, se for mesmo Renan, não há restrição. O líder do PMDB já obteve até apoio da presidente Dilma, depois que descartou a opção pela disputa ao governo de Alagoas.
Alguns senadores que se reuniram na casa de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) – o único que é oposição ao governo-, avaliam que as acusações contra Renan são recentes e sua eleição voltaria a desgastar o Senado. Os primeiros nomes cogitados foram os de Luiz Henrique (SC) e Ricardo Ferraço (ES). O primeiro não parece disposto a disputar e o segundo é considerado inexperiente para a empreitada. Outros pemedebistas presentes eram Pedro Simon (RS) e Casildo Maldaner (SC). Roberto Requião (PR) foi chamado, mas não pode comparecer.
Estavam, ainda, Cristovam Buarque (DF) e Pedro Taques (MT) do PDT, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e os tucanos Aloysio Nunes Ferreira (SP), Alvaro Dias (PR) e Cyro Miranda (GO). Alguns acham que, mesmo que não tenha concorrente, Renan deve ser questionado sobre as denúncias contra ele. Os que criticam a submissão do Congresso ao governo, como Taques, querem cobrar do candidato posição sobre as relações do Legislativo com o Executivo. Um teste de habilidade para Renan.
Janildo Silva com Valor Econômico

Sem comentários:

Enviar um comentário