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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Pleno da Justiça Desportiva decide nesta quinta se Campinense cai mesmo para a Série D

Pleno da Justiça Desportiva decide nesta quinta se Campinense cai mesmo para a Série D
Esta quinta-feira promete ser longa na sessão do Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que começa às 12h30 (horário da Paraíba). Um dos processos na pauta diz respeito à confusão na partida entre Fortaleza e CRB/AL, ainda pela primeira fase da Série C do Campeonato Brasileiro. Entre os diversos recursos está o pedido de anulação do jogo, que acabou salvando o Tricolor cearense da queda e rebaixamento o Campinense.



A polêmica começou quando o atacante Gustavo Papa marcou o terceiro gol do Fortaleza diante do CRB, mas que ainda não era suficiente para livrar a equipe do rebaixamento. Carlinhos Bala buscou a bola dentro do gol e, na volta ao meio-campo, aos 39 minutos do segundo tempo, levanta o dedo indicador para todos os jogadores do CRB por quem passa, como se indicasse que só faltava um gol para o time se livrar do rebaixamento



No estádio Amigão, em Campina Grande, o Campinense tinha vencido por 1 a 0 o Guarany de Sobral, já que a partida em Fortaleza teve o seu segundo tempo atrasado por muitos minutos.


Ainda durante a volta de Carlinhos Bala ao meo-campo para a saída de bola do time adversário, um integrante da comissão técnica do Fortaleza corre na direção do goleiro Roberto Lopes – que na verdade é meia, e substituiu o goleiro Cristiano, expulso, quando o CRB já tinha feitos as três substituições – e lhe diz algo. Outro atleta, desta vez do próprio CRB, também se vira para Lopes o orientando, de acordo com os relatos, a facilitar a ampliação do placar.


O gol salvador do Fortaleza saiu aos 43 minutos do segundo tempo, com Marcos Goiano. Com o resultado positivo, o Tricolor chegou aos nove pontos, se igualando com o Campinense também em número de vitórias e saldo de gols, mas terminando a primeira fase da competição na quarta posição por ter marcado mais gols que o adversário. Assim, o Fortaleza permaneceu na Série C, enquanto o Campinense foi rebaixado.


Depois de uma série de acusações, o STJD levou o caso à primeira instância. E no dia 27 de setembro, a Segunda Comissão Disciplinar decidiu por multar o Fortaleza em R$ 25 mil (R$ 20 mil por atraso) e absolver quando à possibilidade de anulação do jogo. O árbitro da partida, Gutemberg de Paula Fonseca, foi absolvido, assim como Maisena, do CRB. Já o atacante Carlinhos Bala, do Fortaleza, pegou seis partidas de suspensão e foi multado em R$ 10 mil. Por atraso para entrar em campo, o CRB foi multado em R$ 20 mil. Todos esses casos têm recursos.


Confira os pedidos dos recursos 


A Procuradoria destaca que, pela análise dos votos, percebe-se que o atleta do Fortaleza, Carlinhos Bala, foi condenado por quatro auditores, sendo que dois deles na forma do artigo 243-A e outros dois na forma do artigo 243-A, § único, com anulação de partida.

O recurso da Procuradoria é embasado na alegação de que houve grave erro na proclamação do resultado do julgamento, ao afirmar que o atleta denunciado fora condenado na forma do artigo 243-A, caput. O motivo do erro seria a aplicação do artigo 132, como se houvesse empate na votação.

Porém, a Procuradoria afirma que tal artigo somente deve ser utilizado quando das imposições de penas previstas no artigo 170 do CBJD, o que não seria o caso. A regra do artigo 132 deveria ter sido utilizada, tão somente, para aplicação da multa e suspensão do atleta condenado, e nunca para a anulação da partida

O recurso destaca que a anulação da partida não é pena imposta ao atleta denunciado, e assim não poderia ser utilizado o critério de desempate, para ratificar ou não a anulação da partida. Diante disso, a procuradoria pede a reforma da decisão para a determinação da anulação da partida.

A Procuradoria também pede a condenação do árbitro Gutemberg de Paula Fonseca, até então absolvido. A alegação é de que o árbitro foi omisso e negligente em suas funções, ferindo claramente as regras expostas no artigo 266 do CBJD.

O recurso afirma que o árbitro tão somente informou que houvera um atraso pela equipe do Fortaleza, como se houvesse apenas uma demora para voltar para o segundo tempo, quando na verdade o intuito era saber o resultado do outro jogo, que interessava ao Fortaleza.

O Campinense também pleiteia a impugnação da partida, mas a Procuradoria afirma que tal pedido já foi feito em outro processo, ou seja, tal recurso não merece prosperar, já que será analisado naturalmente.

Em outro recurso, o CRB alega que não deveria ter sido punido pelo atraso de sua equipe no reinício para o segundo tempo da partida. Mas a Procuradoria destaca que o próprio clube alagoano não refuta o atraso e não traz nenhum fato concreto que justificasse a demora para o retorno de sua equipe.

Já o Fortaleza requer a modificação da decisão da Segunda Comissão Disciplinar para reduzir a pena imposta por seu atraso, no valor de R$ 20 mil, e ainda requerer a absolvição do jogador Carlinhos Bala.


Redação com paraibaonline

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