---------------------

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

SES e municípios fazem programação especial no Dia de Combate à Hanseníase


Na Paraíba, 648 pessoas contraíram hanseníase em 2011, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Desse total, 235 (36,26%) são pessoas com idade entre 20 e 39 anos. Nos próximos dias 24 e 29 de janeiro são comemorados o Dia Mundial do Hanseniano e Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase, respectivamente. Para marcar a data, a SES lembra a importância do cuidado dessas pessoas durante uma semana de programações especiais coordenadas pela Gerência Operacional de Vigilância Epidemiológica.


De acordo com a gerência, 82% dos casos novos foram avaliados quanto ao grau de incapacidade, enquanto 9,9% deles apresentaram grau 2 de incapacidade (ou seja, diagnóstico tardio da hanseníase). O tratamento e o acompanhamento da doença podem ser feitos nos sete Grupos de Autocuidado do Estado e por qualquer uma das 1.231 equipes de Saúde da Família espalhadas, além do hospital de referência, o Clementino Fraga.

O tratamento da doença pode durar seis meses ou um ano, dependendo da quantidade de bacilos no paciente contaminado. Os três medicamentos utilizados no tratamento são oferecidos gratuitamente pelo Estado, por meio do Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcional (Cedmex): rifampicina, dapsona e clofasimina.

"Quando o paciente é paucibacilar, ou seja, tem poucos bacilos, o tratamento dura seis meses e os remédios empregados são apenas dois: rifampicina e dapsona. Quando o paciente é multibacilar, com muitos bacilos, o tratamento dura um ano e são utilizados os três medicamentos”, disse a chefe do Núcleo de Doenças Endêmicas, Mauricélia Maria de Melo Holmes.

Os casos que necessitam internamento ou tratamento multiprofissional (como acontece com os pacientes atendidos por fisioterapeutas porque tiveram parte de seus movimentos limitados pela doença), são encaminhados para o Hospital Clementino Fraga, em João Pessoa.

**Programação**

Complexo Hospitalar Clementino Fraga

De 23 a 27 – serão feitos exames de comunicantes intradomiciliares (pessoas que convivem com hansenianos) dos casos novos de 2011, em tratamento no CHCF

Dia 25, às 8h30 – Apresentação do filme: "A vida não para: reconhecendo e curando a hanseníase”, seguida de roda de conversa para retirada de dúvidas e troca de experiências sobre o tema

Dia 26, às 8h – Missa e café da manhã seguida de exame de comunicantes

Secretaria Municipal de João Pessoa

De 23 a 27 – Exame dos comunicantes intradomiciliares dos casos novos diagnosticados nas unidades de saúde do município

Dia 27, de 8h às 12h – "Pit-Stop Hanseníase” no Parque Solón de Lucena com panfletagem e orientações à população sobre sinais e sintomas da hanseníase e locais de tratamento

Secretaria Municipal de Cabedelo

De 23 a 31 – Palestra nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Exame dos comunicantes intradomiciliares dos casos novos diagnosticados nas unidades de saúde do município

Dia 31 – Campanha "Hanseníase no Trem” com panfletagem e orientações à população sobre sinais e sintomas da doença e locais de tratamento

Secretaria Municipal de Saúde do Conde

De 23 a 27 – Palestras nas UBS e Exame dos comunicantes intradomiciliares dos casos novos diagnosticados nas unidades de saúde do município. Também haverá panfletagem e orientações à população sobre sinais e sintomas da doença e locais de tratamento

Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande

De 23 a 27 – Exame dos comunicantes intradomiciliares dos casos novos diagnosticados nas unidades de saúde do município

Secretaria Municipal de Saúde de Cajazeiras

De 23 a 27 – Exame dos comunicantes intradomiciliares dos casos novos diagnosticados nas unidades de saúde do município panfletagem com orientações à população sobre sinais e sintomas da doença e locais de tratamento

**Outras atividades –**A SES está disponibilizando panfletos, cartazes e estimulando a busca ativa de sintomáticos dermatológicos e a vigilância dos contatos entre as pessoas que têm a doença e seus familiares. Também estão sendo articuladas atividades em outros municípios.

Serão realizadas reuniões com as gerências da SES, articulação com as referências – como Hospital Clementino Fraga, Hospital Universitário Lauro Wanderley e Policlínica de Cajazeiras, por exemplo – articulando parcerias e montando esquema de atendimentos durante a semana.

**Pioneirismo** – A Paraíba é pioneira em ações e políticas públicas de saúde voltadas para a reinserção social de pessoas atingidas pela doença. O Estado conta hoje com grupos de autoajuda em vários municípios, onde, além de receber informações sobre a doença, são estimuladas a desenvolver e participar de atividades econômicas que possam gerar renda. "Não devemos apenas tratar a doença, temos que recolocar essas pessoas no mercado de trabalho”, disse a chefe do Núcleo de Doenças Endêmicas da Secretaria de Estado da Saúde, Mauricélia Holmes.

**A doença** – A hanseníase, conhecida oficialmente por este nome desde 1976, é uma das doenças mais antigas na história da medicina. É causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae: um parasita que ataca a pele e nervos periféricos, mas também pode afetar outros órgãos, como o fígado, os testículos e os olhos. Não é, portanto, hereditária.

O diagnóstico consiste, principalmente, na avaliação clínica: aplicação de testes de sensibilidade, força motora e palpação dos nervos dos braços, pernas e olhos. Exames laboratoriais, como biópsia, podem ser necessários. É uma doença que pode contaminar outras pessoas pelas vias respiratórias, caso o portador não esteja sendo tratado. Entretanto, segundo a Organização Mundial de Saúde, a maioria das pessoas é resistente ao bacilo e não a desenvolve.

Aproximadamente 95% dos parasitas são eliminados na primeira dose do tratamento, já sendo incapaz de transmiti-los a outras pessoas. Este dura até aproximadamente um ano e o paciente pode ser completamente curado, desde que siga corretamente os cuidados necessários. Assim, buscar auxílio médico é a melhor forma de evitar a evolução da doença e a contaminação de outras pessoas.

**Sintomas** – Com o período de incubação que varia entre três e cinco anos, a primeira manifestação consiste no aparecimento de manchas dormentes, de cor avermelhada ou esbranquiçada, em qualquer região do corpo. Placas, caroços, inchaço, fraqueza muscular e dor nas articulações podem ser outros sintomas.

Com o avanço da doença, o número de manchas ou o tamanho das já existentes aumenta e os nervos ficam comprometidos, podendo causar deformações em regiões, como nariz e dedos, e impedir determinados movimentos, como abrir e fechar as mãos. Além disso, pode permitir que determinados acidentes ocorram em razão da falta de sensibilidade nessas regiões.


FONTE: Secom-PB

Sem comentários:

Enviar um comentário